Revolução Francesa - Francois Furet
Este texto, escrito por Gemma Betros, aborda a questão da história da
Revolução Francesa segundo Francois Furet, cujo trabalho representou uma quebra importante para a história tradicional da Revolução ao questionar-se sobre as interpretações baseadas no Marxismo.
A sua intrepretação da Revolução Francesa teve um grande impacto historiográfico, pois Furet quebrou a interpretação “ortodoxa” da Revolução e ao fazêlo criou uma nova “Doutrina”.
A interpretação “Marxista” teria sido o paradigma dominante da história da
Revolução, pois esta vê-a como um momento no qual, a agitação das forças das classes produziram uma transformação dramática, abrangendo mudanças a nível económico, político, ideológico e cultural. Desde o início de 1900 até 1960, esta abordagem dominou as explicações da Revolução. Nos anos 60 e 70 começou-se a desafiar esta estrutura analítica e a crítica aumentou quando as pesquisas começaram a demonstrar que nenhuma burguesia confrontou e derrotou o feudalismo dominante no ano de 1789.
Furet aponta para a divisão das formas entre os intérpretes sociais, enfatizando as classes e a sua aprovação implícita de acções revolucionárias incluíndo, talvez até o terror, e as mais recentes interpretações precisas, não ideológicas nem históricas dos eventos revolucionários.
O objectivo de Furet, na sua redação, “Revolutionary Catechism”, seria demonstrar que as interpretações de Marx e Engels seriam imperfeitas devido ao facto de estes terem deixado várias análises contraditórias acerca da Revolução, incluindo algumas ideias que os seus seguidores nunca absorveram.
A principal oposição de Furet era a de uma revolta burguesa, uma noção de que representava uma simplificação extrema inerente à tendência do Marxismo moderno em moldar acontecimentos complexos e contraditórios, de modo a que a
Revolução se erguesse como o “grande começo” para movimentos consequentes.
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