Revolução Federalista e Revolução dos Contestados
A Revolução Federalista foi um conflito de caráter político, ocorrido no Rio Grande do Sul entre os anos de 1893 e 1895, que desencadeou uma revolta armada. A revolta atingiu também o Paraná e Santa Catarina.
Nos primeiros anos da República, o Rio Grande do Sul era um dos Estados mais instáveis do país, sob o ponto de vista político. Para se ter uma ideia, entre 1889, o ano da Proclamação, e o ano de 1893, quando da eleição de Júlio de Castilhos para a presidência do estado (cargo correspondente ao de governador, hoje), nada menos que 17 governos se sucederam, numa média de mais de três governos diferentes por ano.
O Rio Grande estava dividido em dois grupos: de um lado o Partido Federalista, fundado em 1892, por Gaspar Silveira Martins, que defendia uma revisão das constituições estaduais, o sistema parlamentar de governo, a centralização política com o fortalecimento do governo da União. Este grupo se originava entre os liberais do período monárquico e tinha como base social os grandes estancieiros da Campanha gaúcha. Eram popularmente chamados de "maragatos".
Do outro lado, encontrava-se o Partido Republicano, presidencialista, inspirado pelos mesmos ideais positivistas que animaram os republicanos no país e, em especial, no exército.
O Partido considerava cada estado como uma "pequena pátria". Sua base social era a elite mais recente do Rio Grande do Sul, estabelecida principalmente no litoral e na serra gaúcha. Eram chefiados por Júlio de Castilhos e popularmente conhecidos como "pica-paus".
Margatos x Pica-paus
Evidentemente, a eleição de Castilhos à presidência do Estado acirrou os ânimos entre os maragatos, que se rebelaram e pegaram em armas, com tropas comandadas por Gumercindo Saraiva, exigindo a deposição do governo. Devido à gravidade da situação, o presidente da República, marechal Floriano Peixoto, mandou tropas federais em socorro de Castilhos.