Revolução agrária e acumulação de capital
Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam monopolizadas pelo rígido sistema de guildas, e por causa disso a entrada de novos competidores, e a inovação tecnológica, eram muito limitados. Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo. Era, nessa época, o mercado que comandava o ritmo da produção, ao contrário do que aconteceria depois, nos países já industrializados, quando a produção criaria seu próprio mercado. Cada vez mais fortalecida economicamente, a burguesia passou a investir também no campo, criando os cercamentos ou enclosures (grandes propriedades rurais), que teriam importância decisiva na transformação do crescimento industrial em capitalismo.[5]
A invenção de máquinas e mecanismos, como a lançadeira móvel destinada à indústria têxtil, a produção de ferro com carvão de coque, a máquina a vapor, a fiandeira mecânica e o tear mecânico causaram uma revolução produtiva. Com a aplicação da força motriz às máquinas fabris, a mecanização se difundiu na indústria têxtil e na mineração. As fábricas passaram a produzir em série, surgindo finalmente a indústria pesada (produtora do insumo básico da indústria, o aço, e de máquinas). A invenção dos navios e locomotivas a vapor foi determinada pelas novas necessidades econômicas, e acelerou a circulação das mercadorias.
A Inglaterra foi o país pioneiro da industrialização. O seu pensamento econômico foi, por isso, o que quebrou definitivamente com as idéias do mercantilismo, com a publicação, em 1776, de A Riqueza das Nações, de Adam Smith. A visão mercantilista, que privilegiava o comércio externo em detrimento do comércio interno era contestada por Smith: a riqueza de uma nação nada mais era do que um conjunto de provisões e capacidades produtivas necessárias à satisfação das necessidades humanas. Os ganhos de produtividade