Revoluçao industrial
DO REGIME DE BRETTON WOODS
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Marcelo Pereira Fernandes ¹
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Resumo: O objetivo deste artigo é analisar o fim do regime monetário de Bretton Woods a partir de uma ótica que coloca em evidência o papel do Estado norte americano neste acontecimento. O artigo mostra que as origens do fim do padrão dólar-ouro foram, em grande parte, resultado das próprias políticas de reconstrução da Europa definidas pelos
Estados Unidos em razão da guerra fria e da sua estratégia em manter sua posição hegemônica dentro do sistema monetário internacional.
Palavras-chave: Bretton-Woods, padrão-monetário, guerra-fria
U
ma das explicações correntes sobre a crise que levou o fim do regime monetário de
Bretton Woods refere-se à combinação de dois fatores. Em primeiro lugar, o forte aumento da circulação de dólares devido aos sucessivos déficits no balanço de pagamentos dos Estados Unidos após a Segunda Guerra. Em segundo lugar, o crescimento exponencial do mercado de Eurodólares na segunda metade dos anos 1960, levando ao aumento desordenado da liquidez internacional fora do controle do Fed. Supõe-se então que esses dois acontecimentos criaram um excedente de dólares incompatível com a quantidade de ouro disponível no Fort Knox que deveria servir de lastro para o dólar. Diante disso, em agosto de 1971, incapaz de conter a especulação no mercado cambial, o governo Nixon teria sido obrigado pelos mercados a abolir o acordo que previa a conversibilidade do dólar em ouro.
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Dialética, v. 1, n. 1, p. 6-11, julho 2010
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ARTIGO - MARCELO PEREIRA FERNADES
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Conforme tentarei demonstrar, um dos problemas dessa análise é que ela superestima o papel dos mercados nos acontecimentos que levaram a quebra do acordo de Bretton Woods. Por essa interpretação, o governo norte