revoluçao francesa
Cultuada pelos ocidentais como um ´divisor de águas´ do fim da monarquia absolutista (típica dos regimes feudais da Idade Média) e a ascenção da burguesia (que viria a ser a elite social e econômica nos anos vindouros), a revolução do fim do século XVIII é desnuda e analisada em sua essência por uma equipe de especialistas cujas alegações revelam-se comprometidas com a História. Sem o glamour típico da visão socialista posterior, as raízes, os desdobramentos e as consequências do movimento, um dos maiores marcos do Ocidente na Idade Moderna, são revelados de maneira objetiva, contudo, reflexivamente.
É-nos revelado, por exemplo, por que as implicações filosóficas por trás do movimento geraram um governo opressor, muito pior do que a monarquia que condenou e destruiu. O período do ´Terror´, como ficou conhecida a época mais sanguinária da Revolução Francesa, não foi uma época de ´emancipação do homem´, mas de tirania, arbitrariedade, vingança e caos. Estavam abertas as portas para a nova idealização de Estado totalitário, uma cosmovisão sócio-econômica utópica, cujos desdobramentos naturais, hoje, são perfeitamente previsíveis: Um novo ´absolutismo´, desta vez, estatal; uma burocratização ilógica, que torna-se mais importante do que aquilo que visa organizar e gerir; e finalmente, a erradicação dos conceitos cristãos sob o pretexto de ideais iluministas, que confunde fé e misticismo, crença em Deus com irracionalidade primitiva, egolatria com o saber e falha miseravelmente por, como diz um dos especialistas que falam no documentário, ´tentar mudar a própria natureza humana´!!