Revoltosos da classe média por um amanhã maior

dezgh Há muito tempo uma larga geração de brasileiros, na posição de filhos em geral, ouve frases feitas como “Se fosse no meu tempo todo mundo já tinha ido às ruas protestar!”, ou ainda “Se fosse em outro país esse tipo de coisa não aconteceria nunca!”. Em sua maioria, os que dizem isso são antigos manifestantes, da época das Diretas Já e do Impeachment do Collor, que hoje não assumem mais a responsabilidade de se posicionar contra uma política que cada vez mais assume caráter obsoleto por simplesmente não representar ninguém. Por detrás desse discurso do senso comum tão repetido e assimilado, porém nunca criticado, há também uma imagem muito conveniente a ser passada sobre a população brasileira. É mais fácil manipular um povo considerado por si mesmo passivo (bem diferente de pacifico) e que não acredita na mobilização fruto da indignação pelas inúmeras injustiças sociais, do que manipular, governar, ou se manter na elite, de um povo que questiona e luta sempre pelo melhor para o coletivo. As manifestações que marcaram junho de 2013 foram inevitáveis, mas poderiam ter sido adiadas se o aumento tarifário do transporte coletivo fosse implantado pelos municípios no inicio do ano, como era previsto em 2012. O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, negociou para que esse só fosse dado no meio do ano. O objetivo era não alimentar ainda mais uma inflação que já estava com seus índices elevados. Contudo, junho chegou e a inflação continuou elevada, até mais do que no inicio do ano, corroendo o poder de consumo da população (principalmente a classe média e baixa) e pressionando em muito preço dos alimentos. Os protestos foram organizados por jovens, em sua maioria, de partidos e movimentos de esquerda. Esses jovens fizeram renascer o Movimento Passe Livre, surgido em Florianópolis (SC) no ano de 2005 como o desdobramento da “Revolta do Buzu” em Salvador e da “Revolta da Catraca” em Florianópolis. Ambas as revoltas levaram milhares de pessoas as ruas contra o