Revolta da Chibata
Em 1910, sob comando de um marujo negro e analfabeto chamado João Candido, os marinheiros dos couraçados Minas Gerais e São Paulo organizaram um protesto. Neste, tomaram o controle das embarcações e enviaram um telegrama ao presidente exigindo que os castigos fossem abolidos, os salários incrementados e uma folga semanal concedida a todos os marinheiros. Se não tivessem seu pedido imediatamente atendido, ameaçavam bombardear a capital.
Mediante a gravidade da situação e o alarde dos grupos políticos oposicionistas, o governo decidiu atender aos pedidos. Em poucos instantes, o Congresso votou uma lei em que o castigo físico era abolido e todos os envolvidos na revolta não sofreriam qualquer tipo de punição. Entretanto, revelando sua face autoritária, o governo descumpriu suas próprias determinações ao realizar a prisão de alguns dos participantes dessa primeira revolta.
A mudança aconteceu quando, alguns dias antes, provavelmente empolgados pela primeira revolta, um grupo de fuzileiros navais alocados na Ilha das Cobras resolveu organizar uma nova manifestação contra o governo. Dessa vez o Exército foi enviado para um violento ataque a fim de aniquilar prontamente os rebeldes. Aqueles que sobreviveram ao episódio foram deportados para a Amazônia e forçados a trabalhar nos seringais da região.
Durante a realocação para o território amazônico, alguns dos condenados foram submetidos ao fuzilamento. João Candido acabou sendo inocentado pelo governo federal. Entretanto, perdeu a sua colocação na Marinha e foi internado como louco no Hospital dos Alienados. Na