A Rússia forçosamente iria passar pela turbulência revolucionária, pois era um país feudal em pleno século XX. Não tinha constituição, o povo não possuía quaisquer garantias ou direitos civis e tudo pertencia ao Czar. Ele e sua família eram quem determinavam o destino do povo. Até mesmo um pedido de mudança de nome tinha que ser feito ao Czar e por ele concedido, se fosse o caso. A classe nobre vinha logo abaixo da família imperial e do clero, a burguesia que surgia era praticamente excluída da política e a grande maioria, o povão, era composta de operários, pequenos funcionários e comerciantes e, na zona rural, por camponeses. O senhor da terra, geralmente um nobre, possuía tudo e o camponês trabalhava, mas não era o dono da terra e tinha que prestar contas ao dono. Somente alguns, em regiões longínquas, possuíam uma pequena porção de terra e alguns animais. O resto era muito pobre. Os trabalhadores das cidades (proletariado) não tinham quaisquer regras de trabalho, como horário e segurança, nem férias ou outros benefícios. Trabalhavam em condições terríveis, sem escola, hospitais ou qualquer tipo de assistência para si ou suas famílias. Poucos eram os alfabetizados. Diziam que a Revolução Russa foi uma revolução das cidades. Os operários trabalhavam perto uns dos outros e comunicavam-se com os de outras fábricas e assim por diante. A proximidade física os aproximou também politicamente, pois podiam trocar ideias, discutir sobre suas vidas e seus anseios de futuro. O campo só entrou na Revolução por tabela, por assim dizer, e também por promessas de reforma agrária, que dividiria a terra entre eles.