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I
Só a partir da década de 1840 é que o proletariado, rebento da revolução industrial, e o comunismo, que se achava agora ligado aos seus movimentos sociais - o espectro do Manifesto Comunista -, abriram caminho pelo continente. O próprio nome de revolução industrial reflete seu impacto relativamente tardio sobre a Europa. A coisa existia na Inglaterra antes do termo. Os socialistas ingleses e franceses - eles próprios um grupo sem antecessores - só o inventaram por volta da década de 1820, provavelmente por analogia com a revolução política na França. Ainda assim, seria de bom alvitre considerá-la primeiro, por duas razões. Primeiro, porque de fato ela "explodiu" - usando a expressão como um axioma - antes que a Bastilha fosse assaltada; e, segundo, porque sem ela não podemos entender o vulcão impessoal da história sobre o qual nasceram os homens e acontecimentos mais, importantes de nosso período e a complexidade desigual de seu ritmo.(p.50) Chamar este processo de revolução industrial é lógico e está em conformidade com uma tradição bem estabelecida, embora tenha sido moda entre os historiadores conservadores - talvez devido a uma certa timidez face a conceitos incendiários - negar sua existência e substituí-la por termos banais como "evolução acelerada”. Se a transformação rápida, fundamental e qualitativa que se deu por volta da década de 1780 não foi uma revolução, então a palavra não tem qualquer significado prático. De fato, a revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim. Não tem sentido se perguntar quando se “completou”, pois sua essência foi a de que a mudança revolucionária se tornou norma deste então.(p.51) Sob qualquer aspecto, este foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã Bretanha. É evidente que isto não foi acidental. Se tivesse que haver uma disputa pelo pioneirismo da