Rev. Francesa
Prof. Heraldo Bello da Silva Júnior
Liberté, egalité, fraternité
“Como a Revolução Francesa não teve apenas por objeto mudar um governo antigo, mas abolir a forma antiga da sociedade, ela teve de ver-se a braços a um só tempo com todos os poderes estabelecidos, arruinar todas as influências reconhecidas, apagar as tradições, renovar os costumes e os usos e, de alguma maneira, esvaziar o espírito humano de todas as idéias sobre as quais se tinham fundado até então o respeito e a obediência (...) “
(TOCQUEVILLE, A. O Antigo Regime e a Revolução).
A França nas vésperas da
Revolução - Uma sociedade DESIGUAL:
26 milhões de franceses enquadrados num regime social anacrônico;
A alta burguesia era superior às ordens tradicionalmente privilegiadas (clero e nobreza) em riqueza e instrução, contudo não tinha acesso aos altos cargos da administração pública, do exército e da hierarquia religiosa, para os quais se exigia prova de nobreza;
Os camponeses, apesar de constituírem a maioria da população (cerca de 80%) continuavam na miséria, pois não eram detentores das terras que trabalhavam e ainda tinham de pagar impostos;
Os trabalhadores das cidades recebiam baixos salários;
A nobreza mantinha um estilo de vida ocioso e frívolo; porém, detinha a maior parte da propriedade fundiária, os postos mais importantes e estava isenta do pagamento de impostos;
O Clero possuía terras, recebia rendas e a dízima, no entanto, tal como a nobreza, não pagava impostos.
Conjuntura econômica
Nas vésperas da Revolução, a França era afetada por uma crise econômica motivada pelos seguintes fatores:
O aumento do preço do pão, em virtude de maus anos agrícolas;
- A quebra de produção têxtil, não só devido ao aumento do preço do pão (que limitava a capacidade de aquisição de outros produtos pelas famílias), mas também por causa do Tratado de Eden, de 1786 (que previa a livre-troca do vinho francês pelos têxteis