Reumatologia
A ARTICULAÇÃO DA MANDÍBULA
Drauzio Varella
A+a-
Imprimir
A articulação da mandíbula no osso temporal (ATM) é das que mais trabalha. Basta falar ou mastigar, para que os músculos, tendões, ligamentos e cartilagens que a constituem entrem em atividade. Como consequência do excesso de trabalho, ela pode sofrer traumas, além de apresentar processos inflamatórios, infecciosos, autoimunes e malformações.
Distúrbios da ATM acontecem principalmente em adultos de 20 a 50 anos. Por razões mal conhecidas, as mulheres são atingidas na proporção de 3 a 9 para cada homem, conforme o estudo. Apenas 5% a 10% dos que apresentam sintomas necessitam de tratamento médico; nos demais casos eles regridem espontaneamente.
Os distúrbios que acometem a ATM quase sempre são unilaterais, podem provocar dor craniofacial, assimetria no movimento de abertura da boca e ruído à movimentação.
SAIBA MAIS
Sem posts relacionados.
A dor geralmente está localizada na própria articulação e na musculatura da mastigação, mas pode irradiar para o ouvido, músculos do pescoço, região temporal, ângulo da mandíbula e para a região dos olhos. Costuma ser constante, com períodos de piora no decorrer do dia. Em algumas pessoas é intermitente, com momentos de agudização.
Mastigar, abrir a boca e mesmo falar aumenta a intensidade da dor. Em alguns casos, a articulação pode ficar “travada” quando a boca se encontra fechada, ou, ao contrário, “travar” com a boca aberta, eventualidade mais rara. Esses sintomas são mais intensos pela manhã, especialmente nos pacientes com bruxismo, que cerram os dentes com força durante o sono.
Ocasionalmente, surgem zumbido e tontura. Em muitos casos, as dores se instalam de um dia para o outro, com intensidade moderada e desaparecem como vieram. Em outros, tornam-se crônicas.
Dor crônica na ATM é classificada como um dos subtipos de cefaleia. Ruídos e crepitações, ao abrir a boca, ocorrem em aproximadamente 50% das pessoas e não requerem maiores cuidados.