Retablo
HELGUERA, Jesús Rompiendo las cadenas, óleo sobre tela, 1959. Museu Soumuya. Cidade do México. Produzida em 1959, a pintura de Jesús Helguera alude ao “GRITO DE DOLORES” (1810), marco do processo de independência no México. Na obra, o pintor elege e representa, em primeiro plano, dois importantes símbolos que contribuem à nacionalidade mexicana.
No primeiro plano da pintura de Helguera, dois símbolos constitutivos da nacionalidade mexicana estão representados: a figura do padre Miguel Hidalgo, considerado pai da pátria, localizada no centro e com a mão e a cabeça levantadas, estabelece sua importância como liderança das rebeliões camponesas nas aldeias; o Estandarte da Nossa Senhora de Guadalupe, empunhando pelo padre, expressa a importância da virgem como símbolo da interação entre as culturas hispânica e indígena.
Para construir a relação entre os referidos símbolos e a independência mexicana, há dois pontos a serem considerados: Primeiro, registre-se o apoio de religiosos do baixo clero às reivindicações populares que surgiram nesse contexto. No processo de independência mexicana, dois padres – Hidalgo e Morelos – defendiam a divisão da terra com camponeses (inclusive, a terra que era patrimônio da Igreja). Em 1810, por meio do Decreto de Guadalajara, decretava-se, nas terras livres do domínio espanhol pela luta dos exércitos populares liderados por Hidalgo, a abolição da escravidão e do tributo indígena. Segundo, anota-se que a presença do Estandarte de Guadalupe indicava o potencial mobilizador desse símbolo em virtude da crença religiosa das populações camponesas, que lutavam pelo acesso à terra dominada pelos espanhóis.
Imagem representativa do processo de independência do Brasil
O quadro feito em 1888 em Florença (Itália), atualmente se encontra no salão nobre do Museu Paulista da USP, é a principal obra do museu e a mais divulgada de Pedro