Resumos
Em seu texto, Georg Simmel afirma que os problemas mais graves da vida moderna nascem na tentativa do indivíduo de preservar sua autonomia e individualidade em face das esmagadoras forças sociais. Essa é a mais recente transformação da luta do homem com a natureza para sua existência física. Segundo o autor, o século XVIII exigiu a especialização do homem e de seu trabalho, e invocou que se libertasse de suas dependências históricas quanto ao Estado e à religião, à moral e a economia. Dentre todas essas posições, o homem resistiria a ser nivelado e uniformizado por mecanismos sócio-tecnológicos. O autor pergunta então, como a personalidade se acomoda no ajustamento às forças externas.
Ocorreu outra importante mudança no século XIX, pois além da liberdade do homem, houve uma promoção da sua individualidade, possibilitadapela intensificação da divisão do trabalho. Assim, estabeleceu-se uma ambigüidade: se por um lado a especialização fez com que o indivíduo se tornasse único e indispensável, por outro, o transformou em um sujeito que depende dos outros no cumprimento de seus respectivos papéis.
O autor está interessado em compreender as defesas psicológicas que o habitante da metrópole desenvolve para lidar com os desafios de se viver numa grande cidade. Uma assumida tendência de intelectualização e a atitude blasé definem a postura típica que o sujeito assume como forma de reação perante os estímulos excessivos. Ao anunciar o domínio do intelecto na condução das relações humanas, Simmel aponta como principal prejuízo o distanciamento afetivo com o propósito de preservar a sanidade psíquica. O uso do dinheiro, elemento neutro, seria uma evidência desse distanciamento. Assim, as relações de troca, também acentuadas com a divisão do trabalho, prescindiriam das relações pessoais mais próximas, já que a mediação é feita por meio da moeda corrente. O mercado, portanto, apresenta-se como o lugar, por excelência, das relações no