Resumos
A Comissão Nacional da Verdade apresentou um estudo que aponta 17 centros clandestinos utilizados em todo o país pelas Forças Armadas na ditadura para torturar presos e desaparecer com os corpos dos militares executados.
Eles eram montados com a participação de militares e, em alguns casos, policiais que atuavam na repressão. A maioria dos imóveis era emprestada por empresários amigos do regime. Todos os centros clandestinos eram de conhecimento dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
O centro mais famoso foi a Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), que operou entre 1971 e 1974. Pelo menos 14 militantes morreram no local, deixando apenas uma sobrevivente.
Além de ocultar a prisão de opositores, os centros eram usados para sessões de tortura, execuções e esquartejamentos, para impedir a identificação futura dos corpos.
As casas também eram usadas para cooptar militantes de esquerda, os mesmos frequentavam os centros para passar informações, receber instruções dos agentes e apanhar o dinheiro que recebiam pelo serviço.
50 Anos depois do golpe de 1964, a ditadura militar ainda incomoda o país
Cinquenta anos depois do golpe de 1964, Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos se preparam para disputar a sétima eleição presidencial que o Brasil realiza desde a volta dos militares aos quartéis. É um país que vive há quase três décadas num regime democrático, em que os governantes são escolhidos pela população em eleições regulares.
Nós últimos anos o país foi governado sucessivamente por um professor exilado depois do golpe, um líder operário preso na ditadura e uma ex-guerrilheira presa e torturada. A chegada dessas pessoas no poder demostra que a transição do país para a democracia foi exitosa, mas incapaz de pacificar as controvérsias provocadas pelo golpe e pela ditadura inaugurada em 1964.
Milhares de pessoas foram torturadas e centenas foram mortas por se opor ao regime militar,