Resumo
A qualidade dos carboidratos e sua associação com o excesso de peso e resistência à insulina em pesquisa experimental há muito vem sendo sugerida (12). Estudos epidemiológicos recentes sugerem que tanto a quantidade como a qualidade dos carboidratos constituiria um importante fator preditor de dislipidemia, doenças cardiovasculares e diabetes, principalmente entre indivíduos susceptíveis à resistência à insulina, com elevado índice de massa corporal (IMC) (13,14).
Em relação ao risco para doenças cardiovasculares, estudos sugerem uma possível associação positiva com uma dieta habitual de elevado índice glicêmico e carga glicêmica (17). A correlação entre a qualidade dos carboidratos da dieta e importantes fatores de risco de doenças cardiovasculares, como dislipidemia (18), insulina imunorreativa (19), proteína C-reativa (20), síndrome metabólica (21) e obesidade (15) vem sendo assinalada por estudos epidemiológicos recentes.
Patogênese da síndrome metabólica e do diabetes melito tipo 2
A patogênese da síndrome metabólica e do DMT2 não é ainda muito bem elucidada. A discussão sobre a patogênese da síndrome metabólica e do DMT2 vai além dos objetivos desta revisão. No entanto, é evidente que ambos estados ocorrem como o resultado da interação entre fatores genéticos e ambientais, e são ambos poligenéticos por natureza. Como consequência, o fenótipo que caracteriza tanto o DMT2 quanto a síndrome metabólica varia. Para o DMT2, esse problema é de menor magnitude, pois sua definição depende somente de valores estabelecidos para a glicose de jejum ou pósprandial.
Já na síndrome metabólica, a variabilidade fenotípica é maior, pois baseia-se em vários componentes, o que dificulta uma definição que seja amplamente aceita. Ademais, a relevância clínica das várias definições existentes para a síndrome metabólica está ainda em debate.
Formas monogênicas de