Resumo
Autores: Eliana Cardoso e Vladimir Kuhl Teles
A maior diferença entre nações ricas e pobres pôde ser notada entre 1750 e 1900. Durante este período, países como os EUA foram capazes de tirar partido da Revolução Industrial e se desenvolveram rapidamente. Na virada do século XX, quando comparado ao Brasil, os EUA possuíam uma renda per capita dez vezes maior. Esta distância foi se reduzindo com o passar dos anos, principalmente devido à aceleração que o Brasil assistiu em seu crescimento econômico entre os anos de 1918 e 1980, voltando a aumentar a partir de 1981, entretanto o país chegou ao século XXI com um rendimento médio de aproximadamente um quinto do norte-americano (bem melhor que na virada de século anterior). No início deste século, a redução da dívida pública trouxe novos progressos. No entanto, a durabilidade deste novo momento de crescimento causa muitas dúvidas e é o objeto de pesquisa deste artigo.
Desde a descoberta até o ano de 1900, o Brasil foi marcado pela exploração dos recursos naturais com ciclos de altos e baixos para diferentes commodities. O açúcar teve seu pico na década de 1650, mas os preços mais competitivos no caribe fizeram seu preço despencar, fazendo com que o Nordeste caísse na agricultura de subsistência. Em 1690 descobriu-se o ouro e em 1720 os diamantes de Minas Gerais. O ouro atingiu seu pico em 1750 quando a produção atingiu 15 toneladas por anos, depois disso entrou em declínio devido aos excessos de depósitos, fazendo com que o Brasil se voltasse às exportações agrícolas. Em 1822, época da independência, os três produtos de exportação eram o algodão, o café e o açúcar. Entre os anos de 1840 e 1911, o uso industrial da borracha fez com que seu preço aumentasse cinco vezes no período, levando certo desenvolvimento a região amazônica. Com a queda no preço da borracha e o mau aproveitamento dos recursos obtidos no período, o Brasil chegar ao final do século IXX com a