RESUMO
O objetivo deste estudo foi verificar a crença dos educadores e pais sobre a inclusão escolar de alunos disléxicos; bem como suas atitudes em relação a essa inclusão e como esses alunos se sentem no ambiente escolar. Um conjunto de variáveis interfere nesse processo, em decorrência de fatores de ordem socioemocional e pedagógica que afetam aos educadores, pais e alunos. As crenças determinam a conduta e prática pedagógica dos educadores, a relação familiar e o sentimento dos alunos disléxicos. Por meio da aplicação de questionários à equipe escolar, pais e alunos, visamos analisar essas intercorrências. Os resultados revelaram discrepância entre as crenças favoráveis à inclusão e as reais atitudes inclusivas dos educadores. Os pais acreditam na inclusão escolar e demonstraram conhecimento sobre a existência de algumas modificações realizadas pela escola, porém desconhecem as estratégias diferenciadas para o seu filho. Percebem também que a dislexia causa uma desvantagem pedagógica, insegurança e interfere na auto-imagem do disléxico. Os alunos disléxicos sentem-se inseguros no ambiente escolar, diante da participação e exposição nas atividades escolares e do baixo rendimento acadêmico. Dessa forma, conclui-se que há necessidade de mudança de paradigmas para que a inclusão escolar seja realmente efetivada.
Unitermos: Dislexia. Neuropsicologia. Transtornos de linguagem. Aceitação social.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da linguagem é um processo complexo e é a base para a aquisição da leitura e da escrita, pois decorre de aprendizagens anteriores, bem como da integridade das funções básicas do sistema nervoso.
A neuropsicologia é um campo específico das neurociências que estuda as relações entre o cérebro e o comportamento1 e sua fundamentação teórica foi construída a partir da convergência de várias ciências, entre elas Medicina, Fisiologia e Psicologia, sofrendo influência da Escola Russa, por meio de Vygotsky e Luria, que ressaltam a importância dos