RESUMO
PENSANDO EM PARTIR – EVERARDO P. GUIMARÃES ROCHA
Everardo Rocha inicia o texto definindo etnocentrismo como sendo a avaliação que fazemos da cultura de diferentes grupos com base em nossos costumes e valores. Refletindo assim, a nossa dificuldade em lidar com as diferenças do “outro”. O autor o enxerga como um fenômeno que sempre esteve enraizado na nossa sociedade e que se constitui como sendo a combinação de dois componentes (racional e emocional).
O texto deixa claro o conflito cultural que submerge da comprovação das diferenças entre o grupo do “eu” — visto como superior e normal —, e o grupo do “outro” — retratado como anormal e selvagem. Tal processo fortalece a identidade da sociedade do “eu”. Transformando a outra em uma sociedade primitiva e desordenada. Essas atitudes etnocêntricas não são exclusivas da sociedade ocidental, mas através desta assumiu um cunho colonizador.
Segundo o autor, para aqueles que são diferentes do grupo “eu” é negado o ato de autorrepresentação, desta forma, terminam sempre sendo apresentados por um olhar etnocêntrico. Aqui, Rocha exemplifica informando o estudo que fez sobre a forma que retratam os índios nos livros didáticos de História do Brasil. Foi visto que alguns livros transmitiam um “saber” etnocêntrico, pois mostravam os índios como incapazes de trabalhar por serem preguiçosos e reforçavam o moralismo com o fato de andarem nus. Segundo o autor, tais retratos são manipulados de acordo com as vontades ideológicas dos que se julgam superiores — a indústria cultural é um exemplo.
De acordo com o texto nós não estamos livres do preconceito no cotidiano. Nossas atitudes frente a minorias sociais muitas vezes evidenciam uma espécie de conhecimento ideológico que converte a diferença em etnocentrismo. E em contrapartida a este existe a relativização, onde vemos os fatos da maneira que acontecem, compreendendo o “outro” na sua própria realidade, excluindo qualquer hierarquia entre as diferenças e enxergando o contexto