Texto Dram Tico

Tudo começou no dia 23 de Dezembro de 1916, muito próximo da quadra natalícia, na Flandres em França. Um jovem alferes chamado João Costa, mais conhecido por alferes Costa de 23 anos encontrava-se no posto médico de uma das galerias da trincheira, em recuperação, e a escrever uma carta para a sua namorada chamada Maria que vivia na cidade do Porto, em Portugal. Costa que seria um homem muito culto e educado, encontrava-se num estado demasiado debilitado e angustiado, devido a uma enorme ferida na perna direita provocada pelos fragmentos de uma granada que explodira na trincheira. O médico que o atendia era um colega alferes, de nome António Pereira, homem bom, muito dedicado e exigente na profissão. Gostava de fazer tudo bem feito, porém tinha ordens para realizar os seus trabalhos com rapidez, de modo a que os soldados tivessem prontos para voltar para a guerra. Enquanto tratava dos soldados, Pereira reparou na carta escrita por Costa questionando-o sobre a mesma. - Que carta é essa? - perguntou Pereira curioso. - É uma carta para a minha namorada. Tenho receio de não chegar vivo até ao Natal e quero felicitá-la ainda com vida. - respondeu Costa com uma voz muito fraca. Ateou-se em Pereira uma curiosidade imensa sobre o conteúdo da dita carta e num ímpeto pediu autorização ao amigo para a deixar ler, e este com a voz a fraquejar deu-lhe a autorização pretendida. Ao ler para a carta, Pereira, fixou-se na expressão “Carpe Diem”, que significa “aproveitar o agora” e continuou emocionado a ler a carta onde o amigo entre a vida e a morte descrevia os horrores da guerra que o transportaram para aquele estado físico, que o levaria somente por uma estrada. Costa também referia na carta as saudades das suas origens, do cheiro da sua cidade do Porto, das paisagens do seu Douro, dos vinhos, todas estas imagens e sentimentos que contrastavam na sua mente com os horrores que viveu nas trincheiras, nos poços lamacentos, no meio de ratazanas e