Resumo
Introdução
Segundo Michael Burawoy, a fabricação do consentimento constitui um foco central para análise. O ponto central para tal investigação poderia ser baseado e expressado em uma questão: “porque se mobilizam os trabalhadores?
De acordo com todas as evidências empiristas, diversos contingentes de indivíduos e grupos de cidadãos pertencentes à classe trabalhadora organizaram-se e romperam com o manto de inércia que as estruturas sociais do capitalismo inseriram nos comportamentos individuais e coletivos dos agentes sociais. Independentemente do resultado final de tais empreendimentos, registe-se o fato de as classes dominadas terem demonstrado que, em determinados contextos espaciotemporais, podem impactar coletivamente na cena da História, excluindo amarras.
Com efeito, a classe trabalhadora não tem nenhuma missão histórica auto atribuída, mas a construção de uma atuação coletiva por parte dos seus membros refere-se especificamente a coordenadas sociais e históricas.
1 – O protesto popular no virar histórico para a contemporaneidade
Dentre os historiadores britânicos, George Rudé, merece destaque ao estudar a fundo os movimentos populares desencadeados no século XVIII na França e Inglaterra, Rudé (1970) oferece-nos importantes elementos sobre as movimentações operárias e populares da época. Centrando-se na Revolução Francesa de 1789-93, o historiador ressalta um aspecto relevante e muitas vezes omitido nos trabalhos historiográficos sobre aquele acontecimento histórico: a composição social dos revoltosos que tomaram a Bastilha. É relativamente consensual entre as várias correntes historiográficas que a Revolução Francesa consistiu, grosso modo, na tomada do poder político por parte da burguesia, derrubando uma monarquia absolutista, garante político e armado da aristocracia e da nobreza como classes dominantes na formação social francesa.
Ao mesmo tempo,