RESUMO
O presente artigo visa apresentar o impacto da psicodinâmica do poder e da cultura organizacional no processo decisório, em uma empresa familiar brasileira. O estudo de caso utiliza a observação participante e a entrevista na coleta de dados. Os sujeitos são diretores e gerentes de uma empresa familiar de médio porte, e os dados coletados são tratados por meio da análise psicodinâmica de Pagãs e da análise gráfica do discurso de Lane. Como resultados, tem-se: a super. Valorização das relações afetivas, da confiança mútua, da antiguidade, dedicação e fidelidade. Relações chefias – subordinadas autoritárias e paternalistas, preferência pela comunicação verbal e pelos contatos pessoais. O processo decisório tende ao improviso, busca consenso e é influenciado pelas relações de poder e por aspectos emocionais, ligados a fatores culturais das empresas familiares.
PALAVRAS-CHAVE Cultura, organização, poder, empresa familiar brasileira, decisão organizacional.
INTRODUÇÃO
No Brasil, no final da década de 1990, as questões colocadas pela globalização, tais como o desemprego, a falta de qualificação de mão-de-obra e o mercado cada vez mais competitivo e exigente, estão gerando uma situação de crise. Soluções ou políticas públicas que levem a geração de novos empregos e ao aquecimento da economia estão sendo apontados como necessidades inegáveis. Esse contexto reforça a necessidade de se levantar dados sobre as organizações e sua realidade no Brasil, bem como sua inserção no mercado globalizado.
O conceito de empresa familiar adotado no presente estudo é o proposto por Lanzana , que considera uma empresa como familiar quando um ou mais membros de uma família exerce considerável controle administrativo sobre a empresa, por possuir parcela expressiva da propriedade do capital. Assim, existe estreita ou considerável relação entre propriedade e controle, sendo que o controle é exercido justamente com base na propriedade. “(LANZANA, 1999, p. 33)”.
Apesar da importância e