resumo
Este artigo busca analisar as relações entre saúde e seus determinantes sociais, apresentando inicialmente o conceito de determinantes sociais de saúde (DSS) e uma breve evolução histórica dosdiversos paradigmas explicativos do processo saúde/doença no âmbito das sociedades, desde meados do século XIX. Em seguida são discutidos os principais avanços e desafios no estudo dos DSS, comênfase em novos enfoques e marcos de referência explicativos das relações ente os diversos níveis de DSS e a situação de saúde. Com base nesses estudos e marcos explicativos, discutese, em seguida, umasérie de possibilidades de intervenções de políticas e programas voltados para o combate às iniqüidades de saúde geradas pelos
DSS. Finalmente, são apresentados os objetivos, linhas de atuação eprincipais atividades da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde, criada em março de 2006, com o objetivo de promover estudos sobre os DSS, recomendar políticas para a promoção daeqüidade em saúde e mobilizar setores da sociedade para o debate e posicionamento em torno dos DSS e do enfrentamento das iniqüidades de saúde.Os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) possuem diversas definições, mo as propostas pela Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde(CNDSS), pela Organização Mundial da Saúde, por Nancy Krieger em 2001 e Tarlov em 1996. De modo geral, DSS são as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população, que estão relacionadascom sua situação de saúde.
O consenso existente sobre a importância dos DSS foi construído ao longo da história. No século XIX predominava a teoria miasmática, sendo reforçada por estudos sobre acontaminação da água e alimentos, e riscos ocupacionais. Tais estudos deram apoio para as ações da saúde-pública. Nas últimas décadas desse século, com o trabalho de bacteriologistas, como Koch ePasteaur, para a explicação do processo saúde-doença, afirmou-se o “paradigma bacteriológico”. Com ele