Para abordar o caminho percorrido pela educação especial até chegar a inclusão, é necessário fazermos uma análise dos conceitos e das situações produzidas sócio-historicamente que trazem implicações diretas para essa área. Comecemos pela definição de POLÍTICAS PÚBLICAS: “entendemos por políticas públicas o resultado da dinâmica do jogo de forças que se estabelece no âmbito das relações de poder, relações essas construídas pelos grupos econômicos e políticos, classes sociais e demais organizações da sociedade”. Podemos perceber que as políticas se estabelecem num jogo de poder, estando inseridas num contexto político e econômico, quando o Estado repassa à sociedade, em geral, as decisões daqueles que detém forças. A trajetória das pessoas com deficiência é marcada pela exclusão, pois elas não são consideradas pertencentes à sociedade, sendo, via de regra, abandonadas. Os movimentos sociais em prol da criação de políticas públicas têm promovido debates e discussões em relação à inclusão dessas pessoas não só na escola, mas também em toda sociedade. De acordo com Castel, citado por Boneti, a EXCLUSÃO SOCIAL é a ruptura de situações de vínculos sociais lábeis. A exclusão tem relação com o estigma e a discriminação, oriundo de uma conjuntura social, não dependendo, pois, só do indivíduo, ela se dá por meio da expulsão da pessoa do mundo dominante, deixando-a a margem da sociedade. Percebemos assim que exclusão envolve vários contextos, seja por meio da perpetuação de condições sociais desfavoráveis, seja pela desconsideração da condição humana decorrente da falta de algum membro ou sentido, seja pelo próprio conceito que se forma dessa pessoa num contexto sociocultural. Uma sociedade é discriminadora e excludente porque os homens assim a construíram. Refletir sobre quem são os excluídos da escola pode ter o mesmo sentido de refletir sobre quem são os excluídos da sociedade. A cultura da exclusão social está sendo legitimada na escola através das reformas