Resumo
Data: 24/10/2012
Referência:
SERRA, Maurício Aguiar; FERNANDÉZ, Ramón García. Perspectivas de desenvolvimento da Amazônia: motivos para o otimismo e para o pessimismo. Economia e Sociedade, Campinas, v. 13, n. 2, (23), p. 107-131, jul./dez. 2004.
Objetivos do autor: O autor tem como objetivo analisar os conflitos correntes e os papéis contraditórios desempenhados por diferentes atores, nacionais e internacionais, bem como apontar algumas perspectivas de pesquisa à luz do pensamento institucionalista original.
Conceitos principais: A evolução do desmatamento na região amazônica, principalmente a partir do golpe militar de 1964, é motivo de forte apreensão não só em função da destruição de espécies de valor inestimável, como também pela possibilidade de redução permanente do potencial produtivo desta região ao causar erosão do solo e instabilidade climática.
Esta região foi originariamente ocupada aproximadamente por mil nações indígenas, que estavam concentradas principalmente nas várzeas e cuja população à época da descoberta pelos europeus era estimada em torno de dois a três milhões de pessoas (Ribeiro, 1995b). O início dos anos 1970 não apenas foi o período de maior recrudescimento do regime militar (especialmente no governo Médici) como também foi a época do denominado “milagre” econômico brasileiro. Durante os primeiros anos desta década, a presença do governo federal na Amazônia foi intensificada principalmente em função dos objetivos geopolíticos (ocupação e integração nacional), os quais assumiram uma importância especial em relação a todos os outros objetivos. De fato, a integração tornou-se o princípio básico do governo militar na medida em que ela era considerada uma condição essencial para a segurança nacional, cristalizada e simbolizada no slogan “integrar para não entregar”. Na realidade, a Amazônia e o Nordeste foram considerados regiões problemáticas e, conseqüentemente,