RESUMO
Na verdade, o que o movimento da escola nova fez foi tentar articular o ensino com o processo de desenvolvimento da ciência, ao passo que o chamado método tradicional o articulava com o produto da ciência.
Nesse sentido, o ensino seria o desenvolvimento de uma espécie de projeto de pesquisa, quer dizer uma atividade -os cinco passos do ensino novo que contrapõem simetricamente aos passos do ensino tradicional são:
1. O ensino seria uma atividade;
2. Suscitando determinado problema;
3. Provocaria o levantamento dos dados;
4. A partir dos quais seriam formuladas as hipóteses explicativas em questão;
5. Empreendendo alunos e professores conjuntamente, a experimentação, que permitiria confirmar ou rejeitar as hipóteses formuladas.
A escola nova acabou por dissolver a diferença entre pesquisa e ensino, sem se dar conta de que, assim fazendo, ao mesmo tempo que o ensino era empobrecido, se viabilizava também a pesquisa, o ensino não é um processo de pesquisa. Se a pesquisa é incursão no desconhecido, por isso ela não pode estar atrelada a esquema rigidamente lógicos e preconcebidos, também é verdade que: primeiro o desconhecido só se define por confronto com o conhecido, isto é, se não se domina o já conhecido, não é possível detectar o ainda não conhecido, a fim de incorporá-lo, mediante a pesquisa, ao domínio do já conhecido.
O desconhecido já não pode ser definido em termos individuais, mas em termos sociais, isto é, trata-se daquilo que a sociedade é, no limite, a humanidade em seu conjunto desconhece. Só assim, será possível encetar investigações que efetivamente contribuam para o enriquecimento cultural da humanidade.