RESUMO
Enxergando do ponto de vista escolar, o ensino da norma padrão, trata-se especialmente da aquisição de determinado nível de domínio da escrita e da leitura. Se grupos de pessoas falam uma língua ou um dialeto, em geral, julgam ou comparam a fala dos outros a partir da sua, do seu conhecimento e acabam concluindo que a diferença é um defeito ou um tipo de erro. O preconceito é pior no que se refere às variedades linguísticas (da própria língua) do que comparar uma língua com outras. De acordo com o livro, as razões que possibilitam causar esse tipo de preconceito e discussão são históricas, culturais e muitas vezes sociais. Ao se criar condições, meios possíveis para que os alunos tivessem o aprendizado das variedades linguísticas que não tinham contato, ou com aquelas com as quais não possuíam intimidade, familiaridade seria também um dos papéis da escola.
Por fim, a proposta do autor seria que na escola se trabalhasse com os três tipos de gramáticas: a gramática normativa (aquela na qual as regras devem ser seguidas), a gramática descritiva (observações de ocorrências) e a gramática internalizada (a que o aluno já conhece). As produções que serão feitas pelo aluno refletirá no que ele já sabe, no conhecido (gramática internalizada). A comparação dos dialetos, sem existir qualquer tipo de preconceito das formas que a língua possui é tarefa atribuída à gramática descritiva e tornar explicita a aceitação ou rejeição social de tais formas linguísticas é responsabilidade da gramática normativa. Assim, o aluno já teria a gramática que costumava conhecer, aprenderia suas regras e