resumo

A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico que afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo mundo (WHO, 2009). Dentre os diversos tipos, a epilepsia de lobo temporal tem grande destaque por ser freqüentemente refratária ao tratamento medicamentoso, além de ser a epilepsia parcial mais comum. Apesar da fundamental importância na geração e no espalhamento da crise epiléptica, a amígdala não atrai tanto a atenção da comunidade cientifica quanto o hipocampo. Desse modo, esse trabalho teve por objetivo analisar o papel da amígdala na geração das crises epilépticas induzidas pela injeção de pilocarpina. Para isso, ratos Wistar foram amigdalectomizados (injeção de ácido ibotênico) antes ou depois da injeção de pilocarpina, filmados por 90 dias e comparados com os respectivos controles (injeção de salina). A lesão da amígdala não alterou a latência para a ocorrência de crises espontâneas. Apesar de não alcançar diferença estatística, ratos amigdalectomizados antes ou depois da indução de epilepsia apresentaram uma forte tendência de redução da freqüência de crises quando comparados ao controle. A lesão da amígdala não foi capaz de influir na duração das crises observadas em nenhum dos grupos. Com o intuito de verificar se o brotamento de fibras musgosas apresentava alguma relação com a lesão da amígdala, os encéfalos foram submetidos à histologia com a técnica de Neo-Timm. A remoção da amígdala, seja antes ou depois da injeção de pilocarpina, não influenciou no brotamento das fibras, que apresentou perfil semelhante nos três grupos. Dessa forma, nossos dados mostram que, apesar de poder possuir um papel bastante relevante na epilepsia de lobo temporal, a amígdala sozinha não é capaz de controlar a freqüência, duração e latência das crises, nem influenciar o brotamento das fibras musgosas no modelo da pilocarpina. A intensa reorganização sináptica decorrente da amigdalectomia e da indução de epilepsia, aliada a outras estruturas com papéis relevantes na geração e