resumo
Em 1962, o papa João XXIII excomungou Fidel Castro após este declarar-se “marxista-leninista”, além de determinar o fechamento das escolas religiosas no país. Com o advento da nova Constituição cubana, em 1976, Cuba tornou-se um Estado “ateu”, chegando a abolir o Natal como dia santificado.
Decorridos vinte anos, João Paulo II recebeu Fidel Castro no Vaticano e, dois anos após essa visita, o papa esteve em Havana, manifestando-se contra o isolamento de Cuba imposto pelos Estados Unidos. Naquela oportunidade, restabeleceu o feriado do Natal, eliminando as restrições ao ingresso de religiosos no Partido Comunista.
Assim, neste processo de idas e vindas, Cuba continuou convivendo com o Vaticano, tendo Raúl Castro, tão logo assumido a chefia do governo, convidado Bento XVI para visitar a Ilha. Nada ficou assentado quanto a um possível encontro com Fidel Castro.
O cardeal Jaime Ortega, nomeado por João Paulo II, assumiu a função de mediador na negociação havida entre Raúl Castro e as mulheres dos presos políticos. Em consequência, foram liberados 130 detidos, sendo que 90% deles tomou rumo do exílio.
Nos dias que antecederam à visita, os dissidentes do regime empenharam-se junto ao papa Bento XVI no sentido de que este intermediasse suas reivindicações junto ao governo, em especial aquelas que importassem na liberação dos que ainda continuassem detidos.
Embora a Igreja mantenha duas revistas (“Palabra Nueva” e “Espacio Laical”) que se ocupam de debates políticos e econômicos, subsistem as restrições aos programas de rádio e às escolas católicas. Curiosamente, Cuba e Vaticano, mesmo em desacordo quanto à situação ainda reinante, jamais romperam as relações diplomáticas.
A população católica que, em 1959, atingia a 70%, é estimada, atualmente,