Resumo
De acordo com Le Goff (2007), a insegurança dominou o homem da Idade Média. Pra a igreja a insegurança material e moral só havia um remédio, que estava em apoiar os grupos de cada comunidade sendo solidário com eles. As calamidades naturais eram para o homem da Idade Média como castigo. Para o historiador o rendimento da vida moral parecia tão fraco quanto o rendimento agrícola. Então as mentalidades, sensibilidades e atitudes eram ordenadas pela necessidade de segurança. O autor fala que foi na teologia que as autoridades encontraram seu coroamento submetendo-se assim a estreitas regulamentações em sua vida espiritual e intelectual. As autoridades antigas de certa forma havia um peso sobre si, onde oprimia todos os setores da vida daquela sociedade. Onde a verdade era o segredo que se passava de geração a geração, em que apenas o sábio era considerado digno dessa herança. Em uma sociedade que as autoridades regiam a vida moral, a ética dos medievais era ensinada e pregada de maneira que os moralistas e os pregadores ilustravam uma lição que era incansavelmente retomada. “Eles usavam o proverbio como guia da moral, em que desempenhava um papel capital. O peso do passado ganha toda sua força no enquadramento essencial da sociedade medieval, o das estruturas feudais” (p.328). Ele continua a nos mostrar que na Idade Média o que levava a adesão dos espíritos não era o que podia ser observado e provado por uma lei, mas o que era extraordinário, sobrenatural ou até mesmo o que para muitos era normal. No século 15 foram regulamentados os processos de canonização, onde tinham que ter relatos dos milagres do candidato. Os milagres não se limitavam aos que Deus realizava através dos santos. Podiam ser produzidos na vida de qualquer um, daqueles que merecem esta intervenção. Temos por exemplo Isolda, que pegou na brasa de ferro e caminhou um pouco e