Resumo

A perfuração direcional é o processo de desviar o poço ao longo de uma trajetória pré-determinada com o objetivo de atingir um alvo, cuja localização se encontra a uma distância lateral em relação à vertical. Embora esta seja uma prática comum nos dias de hoje, ainda são vários os problemas enfrentados durante a sua execução. Dentre as principais dificuldades relacionadas à execução de um poço direcional, o controle de sua trajetória é um dos pontos críticos da operação. Há uma tendência de a broca desviar lateralmente do seu curso projetado, devido a fatores que envolvem a natureza física e química das litologias atravessadas, a configuração e comportamento do BHA e os parâmetros mecânicos e hidráulicos estabelecidos pela equipe de perfuração. A trajetória real de um poço direcional é constantemente comparada com a planejada, e, em caso de desvios, medidas de controle que incluem o uso de ferramentas defletoras e o emprego dos parâmetros de perfuração devem ser tomadas. No caso de pequenos desvios, a alteração dos parâmetros mecânicos e hidráulicos é suficiente para o ajuste da trajetória. Historicamente, sempre foi possível controlar a inclinação de poços direcionais durante a perfuração rotativa através da correta configuração do BHA e adequado uso dos parâmetros de perfuração, entretanto, o controle da direção do poço ainda é consideravelmente limitado. O aumento do peso sobre broca aumenta a tendência de ganho de ângulo, enquanto que quanto maior a rotação maior a tendência a manter a direção e inclinação do poço. A literatura não apresenta um conceito definido sobre a influência da vazão sobre a trajetória do poço, a não ser nos casos em que esta é utilizada aliada aos jatos da broca para iniciar a seção de ganho de ângulo, no caso de formações inconsolidadas. Assim, um estudo foi realizado com o objetivo de demonstrar o peso de cada parâmetro (mecânico e hidráulico) na prática da perfuração. Um poço fictício foi criado e, em função das simulações feitas,