Resumo
A pedagogia da “participação” desenvolve-se e consolida-se na prática do assistente social a partir, fundamentalmente, das propostas de Desenvolvimento de Comunidade (DC), sob influencia da ideologia desenvolvimentista. Essas propostas são introduzidas e difundidas no cotidiano latino-americano nos marcos das estratégias expansionistas do capitalismo monopolista, sob hegemonia do imperialismo econômico dos Estados Unidos.
A ideologia desenvolvimentista modernizadora vincula-se a uma concepção de desenvolvimento fundado na chamada teoria da modernização. Essa teoria explica o subdesenvolvimento como um estagio de transição entra tempos históricos distintos, correspondentes a padrões socioculturais constitutivos de polos atrasados e modernos presentes em uma sociedade.
A perspectiva da modernização conservadora é intensificada a partir dos anos 50 e 60 no continente latino-americano, por meio do processo que convencionou chamar desenvolvimentismo. Portanto, concordando com Lopes (1998:92), toda a reestruturação é colocada para a sociedade com a mediação do Estado como forma de modernização.
O ponto de partida da analise sobre a pedagogia da “participação” é redimensionada para além de uma atitude inerente ao processo de “ajuda”, constituindo-se uma esfera programática da intervenção profissional nas relações sociais. Tal redimensionamento repercute na pratica do assistente social, impulsionando alterações no perfil pedagógico, a partir de um rearranjo da função educativa deste profissional.
A utilização da proposta de DC, implementada no cotidiano latino-americano nos limites históricos e político-ideologicos apontados, traz algumas inovações, vista como ponto de vulnerabilidade das formações latino-americanas em relação á ameaça de expansão do comunismo no referido continente, em que a fome e o analfabetismo eram tidos como os