RESUMO
A iniciação á Estética não se dá sem aquele deslumbramento ante a beleza e a Arte, que não é, senão outra face do deslumbramento ante o mundo que já deve ter despertado, neles, o amor pela Filosofia. Para falar a verdade , qualquer dos quatro ou cinco grandes textos estéticos pode servir para isso , e os estudantes escolherão o seu de acordo com o temperamento e o modo de ver as coisas de cada um .
Iniciação á Estética, por mais simplesmente expositiva e informativa que sela ela, estão mais ou menos definidas as posições do autor. Vou, mesmo, mais longe: se outras fossem as condições em que nos chegam os estudantes de Estética, eu nem me ocuparia em organizar este manual. Partiria para escrever, logo, um trabalho com o qual sonho há muito tempo, uma “Introdução Brasileira á Filosofia da Arte”. Mas para dar as aulas ligadas a esse trabalho, seria preciso contar com estudantes que já tivessem bons conhecimentos de Arte e de Literatura, assim como não é o caso das Universidades nordestinas.
Se aceito verdade parciais, trazidas ao entendimento do mundo, da Beleza e da Arte, pelos pensadores mais diversos, é para incorporá-las ao patrimônio da Filosofia, cuja importância e cuja grandeza não me envergonho de afirmar, num tempo em que todo mundo – sociólogos, psicólogos etc.- parece envergonhar-se da Filosofia em nome da deificação da Ciência. O que, aliás, não parece ter mais muito sentido, quando alguns dos maiores cientistas do século XX proclamam a importância da intuição e do transacional para o conhecimento , sabendo, como sabem, que tanto as grandes criações da Arte e da Literatura, quanto às da Filosofia e da Ciência, partem de um núcleo só, a noite criadora da “vida pré-consciente do intelecto”,