Resumo
Já vimos, nos capítulos precedentes, diferentes aspectos desse processo. Para isto, buscamos organizar as informações sobre as carreiras profissionais de cinqüenta e seis cientistas importantes que foram entrevistados para nosso estudo. É sempre arbitrária a linha divisória entre duas gerações, mas esta amostragem divide-se naturalmente em três grupos. O primeiro abarca os que nasceram na virada do século, que eu chamo de pioneiros. O segundo grupo é constituído sobretudo por aqueles que, nascidos dez a vinte anos depois, foram encaminhados para as ciências pela geração precedente e criaram as primeiras instituições científicas modernas no Brasil. No terceiro grupo, incluo os cientistas que estudaram nessas instituições e constituem a ponte entre a geração idosa e os dias de hoje. Dos quatro nomes nas ciências físicas (ver Tabela 1), somente o primeiro, Lélio Gama, teve uma carreira científica, no sentido correto da expressão. Graduou-se em engenharia, na Politécnica do Rio de Janeiro, e participou mais tarde do grupo de matemáticos liderados por Otto de Alencar e Amoroso Costa. Silva Pinto não se vê a si próprio entre os verdadeiros pioneiros da geologia no Brasil, “tais como Glycon de Paiva ou Otávio Barbosa.” Ele se descreve sobretudo como "tecnologista, gerente e particularmente um especialista em matérias primas.” É interessante contrastar esses pioneiros com o grupo de pesquisadores de origem estrangeira, da mesma faixa etária, que aportaram ao Brasil na década