Resumo
Capítulo III – O universo das Regras
Neste capítulo, Lévi Strauss fala sobre a dicotomia entre natureza e cultura e como o incesto está mais para a cultura do que para a natureza. O que irá nortear a questão são as regras sociais existentes em cada grupo. Argumenta também, que somente o princípio da exogamia não inibe que um filho case com sua mãe ou um pai case com sua filha, em sociedades patrilineares ou matrilineares, assim como dá outros exemplos incluindo primos e irmãos. Nas palavras de Lévi Strauss (1982, p. 69) “A proibição do incesto por conseguinte não se exprime sempre em função das regras de parentesco real, mas tem por objeto sempre os indivíduos que se dirigem uns aos outros empregando certos termos.”
A proibição do incesto passa de um processo natural para cultural, entretanto, ele está presente tanto na natureza quanto na cultura, de maneiras diferentes. A natureza atua no processo de dar e receber, a hereditariedade se dá pela inscrição dos genes em um indivíduo, é a filiação, mas essa hereditariedade não determina um “pai”, por exemplo. Lévi Strauss argumenta (1982, p. 71) “...a cultura pode e deve, sob pena de não existir, afirmar "primeiro eu" e dizer à natureza:"não irás mais longe".” Então, há uma sobreposição da cultura diante da natureza, que tem suas determinantes biológicas, porém, quem dá as regras é a cultura.
Universalizar a proibição do incesto foi um modo de preencher lacunas por conta do desconhecimento de outras culturas e sistemas, que são diversificados em suas formas de proibir a união com pessoas do mesmo parentesco. A proibição (ou não proibição) atua como forma de intervenção, para combater insuficiências dentro do grupo.
Além do parentesco, Lévi Strauss ressalta que é importante observar todo o conjunto de valores presente em um grupo. O alimento apresenta-se como característica essencial, é um sistema completo de relações, pois é o artigo de