Resumo
Não há docência sem discência
O interesse central do texto é colocar saberes que pareceram indispensáveis à prática docente de educadoras ou educadores críticos, progressistas, alguns são ao mesmo tempo necessários a educadores conservadores. São saberes exigidos pela prática educativa em si mesma, qualquer que seja a opção política do educador ou educadora. A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo.
Alinhar e discutir alguns saberes fundamentais à prática educativa-crítica ou progressista deve ser conteúdos obrigatórios à organização programática da formação docente.
É necessário, que o formando, desde o começo de sua experiência formadora, se assuma como sujeito também da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
A formação deve ser permanente, o formador é o sujeito em relação a quem se considera o objeto por ele formado, assim o processo formador, teria a possibilidade, de se tornar o falso sujeito da "formação" do futuro objeto do ato formador.
Ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência. Apesar das diferenças que os correlacionam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar.
Socialmente aprendendo, se percebeu que era possível, preciso, trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar.
Vivenciar a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender nos leva a participar de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica,