Resumo
“O conceito de indústria cultural foi criado como resposta direta ao de cultura de massa. [...] Trata-se de contestar a afirmação, implícita na noção de cultura de massa, de que aí se tenha cultura sem mais, e de que ela pertença às massas. [...] E isto para enfatizar que não se trata de produto das ações o vontades das massas, e que portanto elas não são sujeito desse processo. [...] a questão fundamental é o modo de produção daquilo que se trata. No caso, aquilo a que alude o termo “indústria”, ou seja, o capitalismo. [...] O que está se negando, portanto, é que se possa identificar sem mais, como um dado posto objetivamente, esse sujeito.
Indústria cultural, meios de comunicação; (pag; 5;6)
Uma porta de entrada para o assunto pode ser o das relações existentes entre a "indústria cultural", os "meios de comunicação de massa", e a "cultura de massa", expressões hoje comuns e que fazem parte obrigatória de todo discurso sobre esta área. À primeira vista, essas expressões tendem a colocar-se como sinônimas, ou parecem apresentar-se de tal modo que, quando uma é mencionada, as duas outras se seguem automaticamente. A invenção dos tipos móveis de imprensa, feita por Gutenberg no século XV, marca o surgimento desses meios — ou, pelo menos, do protótipo desses meios. Isso não significa, porém, que de imediato passe a existir uma cultura de massa: embora o meio inventado pudesse