Resumo ética e marketing
ENTRE O UTILITARISMO E O MAQUIAVELISMO
Nosso trabalho alcança uma reflexão crítica sobre os discursos éticos de Philip Kotler. Acordamos que Kotler apresenta como ética do profissional de administração de marketing uma filosofia utilitarista – tal como proposta por Jeremy Bentham e John Stuart-Mill –, fundamentada na satisfação e felicidade dos indivíduos envolvidos na relação e cristalizada na forma do “marketing responsável”. Essa concepção, no entanto, no ambiente geral dos discursos de Kotler, se mostra apenas como instrumento da real conduta ética do profissional de marketing , segundo a qual o valor da boa ação reside no aumento do capital financeiro da empresa e , assim sendo, no aumento do poder que ela exerce na sociedade. A discussão de questões éticas se faz presente de maneira incisiva e necessária em nossa sociedade. Tantas características criminosas das práticas governamentais e empresariais trazem à tona, como uma espécie de consequência inevitável, termos como “ético” ou “antiético”.
A prática de sustentabilidade juntamente aliada aos impactos ambientais apontam-se outras implicações sociais dos discursos corporativos, efeitos denominados pelos economistas como “exterioridades”, ou seja, os efeitos que as relações comerciais exercem sobre terceiras partes que não admitiram ou exerceram qualquer papel ativo nessas relações. A ética, dentro desse ambiente, engloba questões de suma importância para a administração pública e corporativa. No entanto, uma espécie de desgaste daquilo que se denomina ética, ou seja, o uso do termo desprovido dos significados primeiros e originais que lhe foram atribuídos, desde a Grécia antiga, assim começou a discussão do problema. A ética hoje, para muitos, perdeu aquilo que, precisamente, lhe permite o destaque e competência para debater questões. De modo que, seja no senso-comum ou mesmo ao folhear atestadas publicações destinadas ao campo acadêmico ou corporativo, encontramos usos da