RESUMO Ética na Psicoterapia
Para que o consentimento seja válido, ele deve ser dado por pacientes competentes, que sejam capazes de exercer sua autonomia de modo que expressem seus valores e interesses, mas atribuindo o peso devido a valores e fatos contrários. Embora, de modo geral, a maior parte dos pacientes em psicoterapia tem a competência para tomar decisões sobre seu tratamento, isso pode não se aplicar a todos. Para alguns, uma dificuldade com o exercício da autonomia foi o que os levou, em primeiro lugar, a procurar terapia. Para outros, a angústia psicológica pode afetar sua capacidade de fazer escolhas sobre o tratamento. Exemplos disso são pessoas que sofreram traumas psicológicos ou perdas muito recentes, ou que estejam experimentando sintomas psicóticos.
Existem outros grupos de pacientes que podem não ter competência para tomar decisões relacionadas com o tratamento, como crianças ou pacientes com sintomas psicóticos ou dificuldades de aprendizagem. Geralmente, o problema não é uma falta global de competência, mas, a oscilação dos níveis de capacidade para tomar decisões ou mudanças rápidas na maneira como o fazem. Por exemplo, é difícil saber o que pensar quando uma criança se recusa a fazer terapia, depois de ter concordado na véspera. Isso pode ser entendido como uma escolha informada de recusar o tratamento?Ou essa recusa é uma simples evidência de que o trabalho já começou? Também existem grupos de pacientes que são “coagidos” a fazerem terapias, como crianças que somente concordam sob pressão da família.
Também pode ser muito mais difícil resolver questões relacionadas com sentimentos para psicoterapias familiar, de casal ou de grupo (Lakin, 1988). As crianças ou outros familiares podem apenas “concordar” em fazer terapia por causa da pressão dos outros membros de sua rede emocional. Embora essas pressões sejam uma parte essencial dos relacionamentos íntimos, elas levantam dilemas sobre a natureza da “verdadeira” voluntariedade.