Resumo Dialogo entre a Ética e a Psicoterapia
Tendo em vista um percentual significativo de processos éticos comprometendo o território clínico, como decorrência dos desvios constatados, do relacionamento entre psicólogo e cliente, aponta a uma atitude, do psicoterapeuta de enfrentamento, de reflexão, para que este possa depreender as circunstâncias que o envolvem na prática psicoterápica. Na prática clínica, incluindo aqui outras profissões em saúde, reconhece-se que a psicoterapia caminha no campo das projeções, é certo que as projeções criam uma complexa rede de relações imaginárias que muitas vezes pouco ou nada tem a ver com a realidade objetiva do mundo exterior, impondo ao profissional psi um patamar incólume. Desnaturalizar, desconstruir engessamentos e fantasmas é fundamental. Os passos iniciais já transcorridos ajudam a compreender a complexidade do campo das psicoterapias, contribuindo para ampliação do espaço, para o aperfeiçoamento da atuação do profissional psi, para uma melhor formação dos psicólogos na prática clínica e a construção de referências para área. Porém grandes desafios abarcam este universo.
A psicoterapia como um dispositivo de transformação, no que se refere à construção do profissional psi, da escolha pelo viés da clínica com a proposta de curar, de aconselhar, tendo como referência o modelo médico de tratamento, esclarece que a ideia de um atendimento individual é imaginário. Figueiredo,
L.C. (1996) elucida, “clinicar é, assim, inclinar-se diante de, dispor-se a aprender-com, mesmo que a meta, em médio prazo, seja aprender-sobre”. A escuta do psicoterapeuta deve constituir-se da noção de sujeito coletivo, na medida em que múltiplas vozes dialogam entre si. Enquanto um instrumento de transformação do profissional psi consiste, na realidade, no investimento de um processo psicoterapêutico pessoal, a escuta psicoterápica assume a direção que vai facilitar novos posicionamentos e processos resignificativos acerca do mundo, do