RESUMO O QUE É LEITURA
Bastará, porém decifrar palavras para acontecer à leitura? Como explicaríamos as expressões de uso corrente "fazer a leitura" de um gesto, de uma situação; "ler o olhar de alguém'; "ler o tempo", "ler o espaço", indicando que o ato de ler vai além da escrita?
Com freqüência nos contentamos, em ler superficialmente, “passar os olhos", como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrarmos sinais. Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma fantasia, uma necessidade nossa. Reagimos assim ao que não nos interessa no momento. Um discurso político, uma conversa, uma língua estrangeira, uma aula esportiva, uma peça teatral, um livro. Sentimo-nos isolados do processo de comunicação que essas mensagens instauram- desligados. E a tendência natural é ignorá-las ou rejeitá-las como nada tendo a ver com a gente. Se o texto é visual, ficamos cegos a ele, ainda que nossos olhos continuem a fixar os sinais gráficos, as imagens. Se é sonoro, surdos. Quer dizer: não o lemos, não o compreendemos impossível dar-lhe sentido porque ele diz muito pouco ou nada para nós. Por essas razões, ao começarmos a pensar a questão da leitura, fica um mote que agradeço a Paulo Freire: "a leitura do mundo percebe sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele".
Desde os nossos primeiros contatos com o mundo, percebemos o calor e o aconchego de um berço diferentemente das mesmas sensações provocadas pelos braços carinhosos que enlaçam.
Começamos assim a compreender a, dar sentido ao que e a quem nos cerca. Esses também são os primeiros passos para