Resumo: O Marco Discursivo da Participação Solidária
O objetivo deste trabalho é discutir o discurso sobre participação solidária bem como o projeto de Estado e sociedade o qual este discurso está vinculado.
Governança, Capital Social, Terceiro Setor e o debate sobre políticas públicas
Nos anos 1970 organismos internacionais recomendavam uma nova forma de governabilidade para os países da América Latina, indicando menor intervenção do Estado e menor participação política. Na década de 1990, porém, percebeu-se que as orientações iniciais do Consenso de Washington não estavam sendo eficazes e começou-se a pensar sobre participação para superar as resistências políticas em curso.
Neste contexto há a formação de um novo vocabulário (léxico) com conteúdos políticos diversos. São exemplos desse vocabulário: Governance (flexibilização, descentralização, caráter gerencial e técnico do governo); Capital Social (produto da vida em comunidade); Terceiro Setor (organizações sociais, iniciativas coletivas que desenvolvem atividades com fins públicos. Surge no contexto de descrédito do Estado)
Habermans oferece a fonte teórica para este discurso. Este divide o mundo em três: mercado, sociedade civil e Estado. Suposta ideia de isenções de poder e interesse pelo Terceiro Setor, despolitizando o debate.
Na democracia deve haver espaço para o dissenso e negociação, no entanto, os novos espaços (voluntariado, empresas responsáveis, terceiro setor, etc) aparecem como se fossem homogêneos e obscurece o poder. Ao mesmo tempo repulsam movimentos sociais alegando que estes articulam demandas específicas e conflituosas.
Construção e Percurso do Marco da Participação Solidária no Brasil Desde FHC reformas de caráter neoliberal, disseminação da ideia de que a estabilização macroeconômica traria qualidade de vida para os pobres.
Ação de Cidadania Contra a Fome: 1993, mais crítica, pela ética