Resumo e resenha do artigo condenados a fome
Al Shabab, grupo subordinado à Al Qaeda, impede que ajuda humanitária chegue as vítimas da seca na Somália.
No fim de julho, a ONU decretou que o Chifre da África, que inclui Etiópia, Somália, Eritreia e Djibuti, está sob estado de fome. Para que uma declaração assim ocorra, é preciso que um quinto da população esteja sem comida e que, por dia, morram dois adultos ou quatro crianças a cada 10000 pessoas. Em geral, esse é o alerta que leva entidades do mundo todo a enviar alimentos, remédios e médicos para atender os necessitados. Isso não ocorrerá na Somália. Seus 3 milhões de habitantes que precisam de ajuda imediata ou morrerão em breve não poderão ser socorridos pela solidariedade mundial porque é esse o desejo da milícia islâmica Al Shabab ( em árabe, “a juventude”), que controla o sul do país. Ligada aos sumitas da Al Qaeda e apoiada pelos libaneses xiitas do Hezbollah, a Al Shabab tem como bandeira livrar a África de qualquer influência ocidental. Em 2009, baniu doações de comida e campanhas de vacinação sob o argumento de que se trata de conspiração para matar crianças. Dezenas de agentes humanitários enviados para cuidar da população local foram mortos. Assim a Al Qaeda, à qual se diz subordinada, a Al Shabab tem um discurso que prega o ódio aos ocidentais, mas que na prática aflige o próprio povo, muçulmano em sua maioria. O grupo impede que os habitantes dos locais nos quais exerce seu poder viajem para a capital, Mogadíscio, onde um governo frágil foi montado em junho, ou para a fronteira com outros países, onde poderiam se beneficiar de alguma ajuda internacional. Todos são confinados a acampamentos precários. Os famintos que às vezes reúnem forças e tentam fugir são fuzilados imediatamente. A milícia também é acusada de desviar o curso de rios dos vilarejos como forma de extorquir os pequenos agricultores. Por causa da ação da Al Shabab, meio milhão de crianças está à beira da fome crônica, que pode levar à morte. Resumo