Resumo e comentário critico do livro "A Selva"
Após o seu protegido ter ficado sem emprego dois meses consecutivos, devido às variações no valor do preço da borracha, Macedo, não querendo assumir o fardo de sustentar o sobrinho, propôs-lhe que fosse com Balbino, um capataz de Juca Cristão, o manda-chuva da borracha, para um seringal na selva amazónica. O protagonista aceita a sugestão do tio e parte à procura de riqueza.
Chegado ao seringal, depois de uma viagem em condições precárias, num porão fétido de um barco fluvial, em terceira classe, Alberto depara-se com uma beleza deslumbrante da selva de seringueiras, onde a sobrevivência de cada espécie obrigava a que fossem delineados esquemas como, por exemplo, o parasitismo e a entreajuda.
Cedo o jovem monárquico se apercebe que no seringal não será tratado com privilégio e que o trabalho manual de extração do látex, a que será inicialmente forçado a fazer, exige mais prática do que parece de início. Também tomará consciência de que os perigos na selva equatorial não se restringem somente a feras, plantas venenosas ou pestes, mas também às tribos índias locais que ameaçam constantemente e tiram a vida dos trabalhadores. A relação dos desbravadores do seringal com as comunidades índias, que habitam aquelas áreas, não é pacífica e há um constante choque de valores entre os colonizadores e os colonizados, atingindo extremos de violência.
Inconvenientemente, a ausência de mulheres deu origem ao irromper dos impulsos carnais mais bestiais, como foi o caso de Agostinho, um colega de barracão de Alberto, que no seu desejo por uma criança de nove anos acaba por vitimar o pai da menina e a buscar alívio da tensão sexual através do coito com éguas e outros animais.