Resumo: "A invenção da Política"
Francis Wolff
O autor foi convidado por foi seu amigo Adauto Novaes para abrir o terceiro ciclo de conferências consagradas à descoberta do Brasil com uma exposição sobre a Grécia clássica intitulada “A invenção da política”. Wolff mostra que todos os povos vivem politicamente e que a primeira sociedade na qual se reconheceu que a política não é característica de uma sociedade particular, mas do homem em geral, foi à sociedade grega; os gregos mostraram a universalidade da política, que não existem inventores do político. A política está na natureza do homem, que não o inventou. Desta forma, afirma que todos os homens sempre viveram politicamente, esse é em particular o caso dos índios do Brasil de antes da descoberta. E era precisamente o que os descobridores europeus recusavam-se a reconhecer. Das tribos tupinambás, eles diziam com desprezo: “Sociedade sem fé, sem lei, sem rei”. O autor remete a política à comunidade, em outras palavras existem comunidades políticas aponta que uma tribo, uma cidade antiga, uma nação moderna, um império, uma federação são comunidades políticas; aqueles que fazem parte dela têm uma memória comum e um sentimento de pertinência, distinguindo o interior (nós) e o exterior (eles), muitas vezes até, mais radicalmente, o amigo e o inimigo, os civis dos hostis. Contudo, salienta o autor, que o comunitário não é suficiente para definir o político e que a vida política não é natural ao homem como a respiração o é. Os homens não vivem todos e sempre de modo político, mas isso não quer dizer que tal aconteça sem esforço nem coerção. Eis o paradoxo: eles vivem necessariamente em comunidades políticas, mas não podem fazê-lo sem coerção, isto é, sem política, justamente; a política define-se, portanto, por dois traços essenciais: é preciso uma comunidade e é necessário que, no próprio seio dessa comunidade e não fora dela, exista uma instância de poder. Wolff define um chefe ideal em