Resumo: "Western" por Fernando Simão Vugman

Resumo: “Western” – por Fernando Simão Vugman in: História do Cinema Mundial - MASCARELLO, Fernando (org.)
Leonardo Burato Foureaux

Fruto de Hollywood, o gênero western pode ser considerado, ao mesmo tempo, um dos responsáveis pela expansão do cinema hegemônico americano ao redor do mundo. A narrativa e as convenções dos filmes de cowboys não só cativaram o público em vários países, mas também influenciaram a produção cinematográfica de todos os gêneros, dentro e fora dos Estados Unidos. Apesar de ser sempre reinventado e modificado ao longo de sua existência, duas coisas se mostram inerentes ao western: a figura do cowboy e o mitológico espaço do Velho Oeste, “[...] fusão de diferentes épocas e diferentes regiões dos Estados Unidos em um único lugar mítico e atemporal [...]” (p.159).
Apesar da semelhança com o oeste americano da segunda metade do século XIX, o Velho Oeste, com índios, fazendeiros, xerifes, cowboys, pistoleiros e trabalhadores de estradas de ferro, se mostra puramente ficcional pelo fato de que esses personagens, ainda que contemporâneos na realidade, mantinham pouco contato entre si. Assim sendo, Hollywood apenas criou um momento histórico impreciso num local imaginário, mas o fez de forma tão densa e redundante que conferiu ao western um caráter verossímil.
Na história do gênero, podemos situar os filmes numa escala que vai do histórico ao mitológico. Por exemplo, as primeiras produções do western tinham a intenção de serem relatos históricos de fatos que realmente aconteceram (e.g. O grande roubo do trem, 1903). Com o passar do tempo, esse caráter documental vai dando espaço à ficção que, de fato, se tornou a marca do gênero. Vugman aponta diversos simbolismos no mitológico universo do Velho Oeste. Dentre eles podemos citar a mulher branca como representação dos valores cristãos e do puritanismo; o trem de ferro como símbolo do progresso; e os índios e a aridez do deserto como um obstáculo ao avanço da civilização. É importante ressaltar que