Resumo "Vigiar e Punir", pág. 09 a 27.

Resumo de "Vigiar e Punir", p. 9 a 27
As primeiras páginas do livro do pensador contemporâneo francês Michel Foucault tratam da mudança que houve no sistema penal em relação aos chamados suplícios e a utilização do tempo. O corpo do condenado era o principal alvo da punição; no entanto, ao longo dos séculos, a "alma" deste também passou a ser levada em consideração na hora do julgamento e da aplicação da pena, geralmente até mais do que o corpo.
Primeiramente, o autor, em primeira pessoa, nos relata o esquartejamento de Damiens- um condenado por parricídio- que fora um processo demorado e com dificuldades, tendo durado o dia todo. Em seguida, em contrapartida à esse ato punitivo, Foucault nos mostra como o judiciário mudou em relação ao sistema penal, a exemplo da Casa para Jovens Detentos, em Paris. Nela, uma série de regras são seguidas, envolvendo trabalhos e horários específicos para comer, dormir e ter lazer. Menos de um século medeiam essa mudança.
Temos aqui o desaparecimento do corpo como principal objeto de repressão penal, pois é a certeza de que haverá punição que deve desviar o homem do crime e não demonstrações públicas e teatrais de violência, o que segundo o autor é uma época de sobriedade punitiva. As práticas punitivas tornaram-se cada vez mais pudicas, privando o condenado dos seus direitos e atingindo muito mais do que a parte física. Assim, outros profissionais além do carrasco aparecem para intermediar o preso, como psicólogos, guardas e médicos.
Essa mudança não ocorreu de maneira homogênea, havendo acelerações e recuos entre 1760 e 1840, sendo a Inglaterra um dos países que mais se recusou a suspender os suplícios. Houve, no entanto, não uma mudança na intensidade das penas, mas no objetivo das mesmas, para ferir mais a alma que o corpo. Passou-se a considerar fatores como a qualidade, a natureza, a substância da matéria penal, uma hierarquia das gravidades dos crimes, julgando também paixões, os instintos e as anomalias presentes ou