Resumo Vida Líquida
Talvez seja porque as inovações tecnológicas, os governos, a mídia e o mercado produziram um ambiente em que é cada vez mais fácil “apagar, desistir, substituir”. E a velocidade com que isso ocorre é que dá à vida esse caráter inconstante, é como se cada pessoa estivesse eternamente à procura de algo que possa ser seu novo objetivo ideal (uma espécie de Santo Graal), mesmo sem compreender porque havia buscado o já ultrapassado objetivo que ainda tem em mãos. Assim, a rapidez com que as variáveis mudam é condição necessária e, quem sabe, suficiente para a sobrevivência no mundo líquido-moderno.
A velocidade com que o indivíduo transita entre o amor e o desapego, entre a relevância e o descaso, entre o moderno e o ultrapassado, entre o essencial e o desnecessário provoca um aumento exponencial do lixo. Cada pessoa carrega consigo seu lixo particular, que precisa ser despejado em algum lugar, e isso acontece através da ajuda dos mais diversos meios, desde terapias e pílulas mágicas até religião e sistemas educacionais.
Capítulo 1 do livro Vida Líquida, de Zygmunt Bauman
Bauman no livro Vida Liquida nos apresenta um pouco de seu pensamento e de seus conceitos a respeito do que ele chama de modernidade liquida, termo que o autor cunhou ao longo de vários estudos. O conceito da liquidez, segundo o próprio Bauman, em entrevista dada por ocasião da morte do poeta Baudrillard, é uma resignificação do conceito de pós-modernidade. Para Bauman, o período em que vivemos não poderia ser chamado de pós-modernidade porque simplesmente ainda não conseguimos superar completamente as questões que a própria modernidade nos colocou. No primeiro