Resumo texto BIELSCHOWSKY
IV.1 Tavares e Lessa: o fracasso do II PND
Tavares parte da categoria padrão de acumulação, como uma forma lógico-histórica específica de acumulação o capital por meio da produção e realização do excedente, vinculada a uma articulação também específica entre o progresso técnico e a distribuição da renda. Quando o progresso técnico resulta no surgimento de forças produtivas especificamente capitalistas, o padrão de acumulação de capital passa a depender exclusivamente das condições de realização do excedente determinadas pelas decisões de investimentos e operação do multiplicador, e pelos ciclos de sobre acumulação. Tavares afirma que o Plano de Metas, ao implantar os setores de bens de capital e de insumos básicos, estabelece um novo padrão de acumulação, onde: as forças produtivas especificamente capitalistas eliminam os limites de produção de excedente; e a realização ocorre por meio de investimentos e de um multiplicador endógeno da renda, muito particulares no Brasil.
As decisões de investimento e a operação do multiplicador no ciclo econômico do Brasil se apresentavam como um problema na tese de Tavares. Esse problema é retomado para analisar o II PND, sob a denominação do problema do ciclo com estrutura setorial desequilibrada.
Tavares analisa a ascensão do ciclo liderada pelas empresas estrangeiras e estatais a partir de uma situação de demanda reprimida. As empresas estrangeiras do setor de bens de consumo duráveis e as estatais de insumos básicos investem em capacidade com relativa autonomia diante da demanda. Tais investimentos geram demanda intraindustrial para os setores de bens de capital e de insumos específicos, que também começam a investir. Essa onda de investimentos provoca um aumento do emprego e da renda, ampliando a demanda final por bens de consumo duráveis e não duráveis.
Por fim, o setor de não duráveis também começa a investir. Enquanto ocorre esse bloco de investimentos, a economia é capaz de gerar demanda suficiente para