RESUMO Sobre Guerras e Revoluções Peter Wagner
Boaventura de Sousa Santos
Capítulo: Sobre Guerras e Revoluções
Peter Wagner
Introdução
De acordo com Wagner, há uma profunda relação entre revoluções e guerras, uma vez que é uma característica das revoluções, como se entende no sentido moderno do termo, o uso frequente de meios militares para a disseminação de seu impacto para além do seu local de origem. Entretanto, aponta que, quase na mesma frequência, a resistência à revolução, isto é, as guerras contrarrevolucionárias, também recorrem a meios violentos.
Segundo Wagner, Santos escreve Um Discurso sobre as Ciências que versa sobre o que chamou de “senso comum” e quinze anos depois Baptista o reinterpreta como uma declaração de guerra as ciências. Entretanto, Santo não estava declarando guerra a ninguém e foi necessária a eclosão das guerras às ciências do outro lado do oceano sem que houvesse relação alguma com o campo de batalhas português, para que Batista o desafiasse.
Afirma ainda que se Santos se pronunciava a favor de uma revolução em termos de um “paradigma emergente”, não se referia a uma contrarrevolução contra a ciência, mas a uma revolução para acrescentar à revolução científica, para levar mais longe a investigação crítica, e não para interrompê-la. Assim sendo, os cientistas esclarecidos deveriam juntar-se a esse apelo, e não combatê-lo. E para tal, seriam necessárias três breves incursões em territórios adjacentes, na filosofia, na história e na política.
1. A Ciência e a Questão da Representação
Os filósofos e cientistas sempre estiveram preocupados acerca da relação do seu conhecimento sobre o mundo, com o mundo, ou com o resto do mundo. O próprio conceito de representação do mundo também tem sido fortemente criticado.
Durante as últimas décadas do século XX, a acumulação das dúvidas acerca da adequação do intelecto tem sido frequentemente rotulada de “crise da representação”, entendendo-se que são dúvidas