Resumo: Saber uma língua é separar o certo do errado? (Ataliba T. de Castilho)
Saber uma língua é separar o certo do errado?
(Ataliba T. de Castilho, professor titular da Universidade de São Paulo. É autor de vários livros e dezenas de artigos publicados em revistas científicas no Brasil e no exterior)
RESUMO
O texto é dividido em nove capítulos, nos quais é desenvolvida uma concepção idealizada de norma que nega qualquer tipo de validação às variedades lingüísticas. No decorrer do texto, é ressaltado que ao contrário da norma ideal, as variações linguísticas, dizem respeito aos parâmetros lingüísticos que cada comunidade adota em função não apenas das necessidades comunicativas, sociais e contextuais, mas em respeito a regras lingüísticas de mudanças, que operaram no desenrolar do tempo sobre os princípios gerais daquela língua.
Capítulo 1: informa primeiramente como as línguas naturais, a exemplo do português, funcionam no contexto social apresentando as características dos principais aspectos que contribuem para as diferentes situações em que se envolvem falante e ouvinte a citar: o espaço geográfico, espaço social sistematizado em pelo menos três variáveis (nível sociocultural do falante; sua intimidade com o interlocutor; e sua idade e sexo), espaço temático e temporal.
Capítulo 2: traz a definição de norma argumentada por antropólogos e observações de lingüistas que afirmam claramente haver discriminação das demais variações lingüísticas em comparação a norma culta. São apresentados três tipos de norma que foram reconhecidas em estudos anteriores do autor: a norma objetiva, norma subjetiva e norma pedagógica, utilizadas nas escolas.
Capítulo 3: discute as questões expostas na primeira seção apontando similaridades e diferenças concluindo que existem variedades linguísticas de uma língua, mas não duas línguas diferentes. Assim, o mito de que todos os falantes devem falar de modo semelhante, utilizando as mesmas regras na construção do seu discurso, seja escrito ou falado, não procede do